terça-feira, 11 de outubro de 2011

JOÃO DE BARRO

Sempre fui um grande admirador do João de Barro, a sua habilidade em construir casas que ao mesmo tempo são delicadas é extremamente resistente às ações do tempo é realmente fantástica. Como pode um simples pássaro nascer com habilidade tão grande, invejada por centenas de pássaros em fábulas infantis.

Curiosamente o João-de-barro não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, ele faz um tipo de rodízio entre alguns ninhos e, na falta de um lugar adequado para construir um novo ninho, a ave faz novas construções em cima ou ao lado dos antigos ninhos.

Abaixo uma pequena coletânea de várias casas de Joões de Barro que fiz ao longo dos anos.






quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CONTROLE DA INFORMAÇÃO


Pronto agora vou ter o que assistir. Assim pensava quando o pessoal da TV por assinatura saiu de minha casa deixando prontinho o equipamento para uso. Ledo engano. Após duas semanas vejo que o marasmo é o mesmo da “TV pé de galinha”, aquela que funciona na base da anteninha no telhado e que pega apenas Globo, SBT, Band, Rede TV, Rede Minas e mais uns dois canais locais.


Antigamente eu tinha cinco canais que não passavam nada, instalei uma parabólica dessas comuns e passei a ter 30 canais que não passavam nada, e agora com TV por assinatura tenho mais de 200 canais em alta definição que adivinhem, não passam nada.

Sei que muitos vão me achar esta idéia idiota, mas a TV é um mundo perdido. Claro que às vezes quero desopilar a mente e assistir qualquer coisa, mas na maioria das vezes quero assistir algo que acrescente, que contribua com a minha cultura e formação e não apenas enlatados americanos.

Algumas poucas exceções salvam a noite como NetGeo, History Chanel, Discovery e Telecine Cult., no mais, é a mesmice dos canais abertos com a única diferença da quantidade e qualidade da transmissão.

Outro dia zapeando os canais me deparo com o filme 1984 que assisti nos tempos da faculdade de comunicação. Naquela época não prestei muito atenção porque a cabeça era outra, mas hoje um pouco mais maduro e já tendo vivido algumas boas situações na área comunicacional pude perceber como aquele filme é bom.

1984 é uma referência ao mais famoso romance de George Orwell, escrito em 1948 e que deu origem ao filme. A história se passa no “futuro”, o ano de 1984, na Inglaterra. O enredo, mostra como o Estado vigia os indivíduos e mantém um sistema político cuja coesão interna é obtida não só pela opressão da Polícia do Pensamento, mas também pela construção de um idioma totalitário, a Novilíngua, que, quando estivesse completo, tornaria o pensamento das pessoas cada vez mais igual e impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao Partido. A ideia do idioma é restringir o maior número possível das palavras, de tal forma que não existiriam palavras para expressar oposição ao Partido e ao “Big Brother” – o Grande Irmão.

1984 não é apenas um filme de política, mas uma metáfora de uma realidade que inexoravelmente estamos construindo. Para exemplificar, invasão de privacidade; avanços tecnológicos que propiciam vigilância total; destruição ou manipulação da memória histórica dos povos; e guerras para assegurar a paz já fazem parte do nosso mundo.

O filme é antigo mas extremamente contemporâneo uma vez que vivemos exatamente daquela forma. Indiretamente somos censurados quando não levantarmos a voz contra uma autoridade militar por exemplo, que não cumpriu seu dever, e somos ameaçados de ser preso por desacato.

Temos nosso direito à informação cerceados e filtrados de acordo com os interesses comerciais e a subjetividade das redes de TV’s. A maior rede te Televisão do País não só divulga os podres da CBF quando esta ameaça não concordar com o horário de transmissão dos jogos.

Fazem nos jovens uma verdadeira lavagem cerebral diária explícita convencendo-os do que é bom, do que é brega, do que atual, do que é passado, ser descolado hoje é perder a virgindade cada vez mais cedo, sair para as “baladas” o máximo que conseguir durante a semana. Aquele que não segue estes princípios, assim como em 1984, não pertence ao sistema e sofre as torturas “Bullying” impostas pelo Big-Brother “A sociedade”, até que passem a pensar como o partido “As grandes corporações comerciais”.

George Orwell foi um gênio anos luz a frente de seu tempo quando escreveu este romance, queria eu ter a cabeça que tenho hoje quando então assisti ao filme na faculdade. Com certeza a nota do trabalho teria sido bem melhor.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E AGORA QUEM PODERÁ ME DEFENDER



Aos 31 anos de idade graças a Deus nunca havia precisado acionar a polícia para nada. Nem para questões pessoais, nem para questões coletivas, no entanto, cansei de ouvir reclamações de cidadãos que num momento de desespero, raiva ou indignação acionaram a Policia Militar para registro de uma ocorrência e foram mal atendidos, isso claro, quando foram.

Pois bem, na última terça-feira, 27 de setembro, ao chegar em casa do trabalho por volta das 21h30, minha esposa sofreu uma tentativa de assalto, graças a Deus, frustrada, já que o meliante não chegou a tempo de pegar o portão elétrico aberto, mas mesmo assim disparou uma série de xingamentos contra a mesma. Ao perceber a situação e verificar que o fato envolvia uma pessoa de minha família liguei imediatamente para a Polícia Militar, repassando todas as características do meliante. Para minha surpresa o rapaz não evadiu da rua, ficando em frente a um prédio logo adiante. Somente após 15 minutos uma viatura da Polícia Militar chegou ao local, ao verificar que o meliante ainda se encontrava lá, somente pediu para que ele levantasse a blusa e como não havia nada liberou o rapaz.

A parte cômica da história começa justamente aí. Da minha varanda ao constatar o fato liguei novamente para o 190, questionando a situação e acabei levando uma dura do policial do outro lado da linha. Mais do que rapidamente desci e ainda consegui parar a viatura para questionar o fato. Para minha surpresa, uma Sargento totalmente despreparada cujo vou preservar o nome porque do jeito que a coisa anda, ainda é capaz de eu ser processado ou mesmo sofrer algum tipo de retaliação, me respondeu da seguinte forma. “Não posso fazer nada ele é um doido drogado. Ele não estava armado, não podíamos fazer nada”. Isso sem nem descer do carro. Ao questioná-la novamente se não iria fazer um Boletim de Ocorrência (BO) ou mesmo um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), ela novamente de forma irônica respondeu que não havia acontecido nada demais ali e que não havia necessidade do mesmo, já manobrando Unidade Móvel e Atendimento Comunitário para ir embora. Neste momento dei uma risada seca, e fiz o seguinte comentário. “É, tá danado, quer dizer que tentativa de assalto para a PM não é nada”. Neste exato momento a Sargento mais do que rispidamente me questionou do que eu estava rindo, se era da cara dela, já em tom alto e intimidador. Novamente respondi que estava rindo da situação, e logo de um jeito de sair porque era bem capaz de eu ser detido por desacato, por ter acionado a Polícia Militar devido a uma tentativa de assalto que minha esposa passara às 21h30. Àquela altura o relógio já marcava 22h20. Como num passe de mágica os dois militares foram embora sem fazer os tais BO e TCO.

Seria cômico se não tratasse de um caso como este, mas acionamos novamente a PM por meio do 190, insistindo que enviasse uma nova viatura porque queríamos registrar o BO. Minha insistência em registrar não é somente pelo fato acontecido, e sim porque a Polícia Militar trabalha em cima de estatísticas, e o instrumento que ela utilizar para tal qual são os BO’s e os TCO’s.

Às 22h45 eis que chega a nova viatura, desta vez um sargento educado e disposto a nos ouvir. Quando conversávamos com ele sobre o ocorrido e sobre a atitude de sua colega de trabalho, surge no início da rua a viatura com a sargento que antes do veículo parar, coloca o seu corpo para fora e começa a esbravejar como se fosse um cão raivoso. “Sargento....... – mais uma vez vou preservar o nome do polícial que nos atendia neste momento -, desde quando eu trabalho para esse povo, eu vim aqui, não tinha demais e fomos embora, ainda conversei com esse menino aí”. Até mesmo o polícial que atendia a ocorrência no momento ficou espantando, deu logo um jeito de contornar a situação e a sargento com a mesma rapidez que surgiu, desapareceu.

O relógio já marcava 23h15, para uma ocorrência de tentativa de roubo que aconteceu às 21h30, e novamente me espantei. Este segundo militar que gentilmente nos atendera, disse que seu turno encerrou às 23h, e que mandaria outra viatura para registrar a ocorrência, ou seja, teríamos que esperar a troca de turno, relatar um fato que foi relatado para uma segunda equipe a uma terceira equipe. Como diria um antigo radialista da rádio Globo, “É duro Oswaldo”. Neste momento eu fiz uma brincadeira, pedi aos militares que dessem um jeito de trazer o meliante de novo e permitir que ele concluísse o assalto, que isso nos daria menos trabalho e dor de cabeça.

23h30, resolveram quebrar nosso galho e registrar o BO, novamente um impasse, não sabiam a identificação a ocorrência (ID), porque o como não havia nenhum registro feito pela aquela primeira equipe da “educada” Sargento, e ao mesmo tempo, o assalto não se efetuou, e o caso ficou mesmo só nos xingamentos e na tentativa, como então se enquadraria o fato? Injúria, tentativa de assalto? resultado, pegaram os dados e registrariam a ocorrência no 14º BPM. Somente na sexta-feira posso solicitar a cópia do boletim.

Fato relatado e todos menos insatisfeitos? Não, claro que não. Informei ao polícial que gostaria de relatar no BO, a atitude da Sargento que ele acabara de presenciar. Aí entrou em ação o bom e velho corporativismo. Tive a resposta que não seria possível registrar aquele fato naquele Boletim, detalhe, ambos policiais fazem parte da mesma base comunitária que atende aos bairros Iguaçu e Cidade Nobre.

Como resposta para este fato em questão, fui informado que deveria procurar o Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar de Ipatinga ou então o Tenente responsável pelo policiamento dos bairros Iguaçu e Cidade Nobre, em horário comercial, lá no batalhão e registrar o fato. Ao informar que eu trabalhava das 7h30 às 17h, tive um breve, “aí é complicado, como este é um assunto de seu interesse, você tem que arrumar tempo”. Detalhe, o relógio já beirava 0h.

Ainda estamos pensando se vamos procurar o Comandante do 14º ou então o Tenente responsável, porque entra em questão outro ponto. Ao registrar este fato, vocês que leem este blog, acham que eu vou sofrer algum tipo de retaliação? Ou então que a tal Sargento pode tentar me perseguir? ou ainda pior, não só ela, bem como os demais colegas de fardas?

No frigir dos ovos, o meliante que tentou assaltar minha esposa, às 21h30 provavelmente já deveria estar dormindo àquela hora, já que havia contado com a sorte aquela noite e não é bom dar sopa para o azar duas vezes no mesmo dia, e nós cidadãos honestos, cumpridores de nossos deveres, pagadores de impostos, respeitadores da lei, alí finalizando uma ocorrência pela metade, já que tive meu direito de reclamar de um servidor público, que tem como obrigação proteger e atender bem o cidadão de bem, pago com o meu e o seu impostos, mais uma vez com aquela sensação de impotência, revolta e derrota.

Nesta hora pesei comigo mesmo para evitar correr o risco de ser preso por desacato, no jargão do mais antigo seriado brasileiro, o Chapolim Colorado, “E agora quem poderá me ajudar”.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NÃO SEI. SÓ SEI QUE É ASSIM.




Alguns temas são mesmos polêmicos e o pouco que se toca no assunto é suficiente para gerar confusão e conquistar alguns desafetos.

Recentemente conversava com um amigo sobre a violência urbana e como a coisa anda banalizada, ninguém respeita o direito de ninguém, todos acham o máximo quando se fura uma fila, quando recebe um troco errada – a mais é claro -, e por aí vai.

Mais especificamente conversávamos sobre a pena de morte. Eu, Cristiano Souza Linhares, sou favor. Não levanto bandeira, não entro em chats de discussão e fóruns sobre o assunto, apenas sou. Até já disseram que eu não posso ser católico, uma vez que um cristão se preze não pode concordar com um “crime” tão grande.

Pois bem, costumo dizer que sou 50% católico e, os outros 50%, divididos entre o espiritismo, evangélico, candomblé, budismo e tudo aquilo que acredite em algo superior e divino. O que não suporto são aqueles líderes religiosos que fazem um verdadeiro talk show, curando frieira, unha encravada, olho vesgo, bicho de pé, micose, dor de dente, dor de cotovelo, pé inchado e hemorroida inflamada somente com um sopro, um tapa na nuca ou uma toalhinha molhada. Isso eu acho é graça. A fé cura, mas não dessa forma.

Mas voltamos ao assunto principal deste texto, a pena de morte. Deixo bem claro que defendo que ela não seja para qualquer um. Ladrões de galinha, réus primários, usuários de drogas, ladrões entre outros meliantes que não chegam a tirar a vida de um inocente tem o direito de ter uma, duas e porque não três ou quatro chances de se recuperarem. Agora, perder tempo com estupradores, seqüestradores, praticantes de crimes hediondos, grandes chefes de quadrinhas como Fernandinho Beira Mar, Elias Maluco e companhia LTDA, é “soda”, como diz um amigo jornalista.

A banalização da violência chegou a um ponto que achamos tudo normal, que assaltar o seu vizinho na porta de sua casa ao chegar do trabalho já é coisa rotineira, faça um teste, leia ainda hoje ou amanhã a página policial, com certeza haverá um morto por questões de violência, e você vai achar tudo simplesmente normal, principalmente se não conhecer a vítima, eu mesmo, muitas vezes me comporto desta forma. Vagabundo hoje não tem medo de polícia, a polícia é que tem medo vagabundo. A polícia corre atrás com 38, e eles mandam chumbo de fuzil AR-15, AK-47, Falcon, a ! e com bala comprada pela própria polícia. Ou seja, eles sabem que o sistema carcerário brasileiro está falido, que ali é simplesmente um lugar temporário, uma casa de passagem. Dia a mais, dia menos eles vão fugir, seja por uma fuga cinematograficamente planejada ou por corrupção mesmo.

É preciso que os criminosos voltem a temer a lei, e nada mete mais medo em bandido do que perder a sua vida. Eles precisam voltar a acreditar que dependendo do crime que cometerem vão pagar com a própria vida.

Aí caímos numa outra questão, a gente boa dos direitos humanos. Lembro-me como se fosse hoje, o ano ainda era 2004, e eu ocupava um cargo de repórter na rádio Itatiaia Vale do Aço. Cobria as editorias de política e gerais, mas sempre que precisava fazia matérias policiais. Numa ocasião o então repórter policial Wellington Fred cobria outro assunto em Ipatinga, e eu acabara de chegar para mais uma tarde de trabalho. Fui escalado pelo coordenador de jornalismo Alex Ferreira a cobri um motim na cadeia pública de Timóteo. Naquela época não havia um muro de concreto separando o pátio externo da rua, como hoje, apenas um grande alambrado, desta forma, quem batia papo na porta de sua casa via o que se passava do lado de fora do prédio.

Ao chegar ao local boa parte da imprensa já estava lá, as cenas eram as mesmas de rotina numa ocasião dessas. Preso aprontando lá dentro, familiares do lado de fora, um monte de policial militar e civil no pátio externo, e claro, o pessoal dos direitos humanos. A imprensa naquela época tinha acesso ao pátio externo – hoje não sei se ainda tem – juntamente com policiais, detetives e claro, o pessoal dos Direitos Humanos.

Em pouco tempo o motim foi controlado, alguns poucos tiros de borracha foram disparados, o cassetete sossega leão deve ter entrado em ação e os presos começaram a ser retirados do pátio interno para o externo.

De onde estávamos dava para ver perfeitamente a cena. Eles saiam numa boa, até sorrindo e conversando do pátio interno e quando chegavam ao pátio externo era aquela encenação. Os caras começavam a gritar, a cair, a babar, a chamar os parentes e dizer que estavam apanhando e tudo isso na frente de quem? Acertou quem disse Direitos Humanos.

Uma vez perguntei a integrante deste grupo se ele já havia sido assaltado ou se tinha algum parente que foi assassinado, a resposta foi a mais ríspida possível. “Você não tá gravando isso não né”. Juro que não queria uma entrevista só queria saber ele tivesse passado uma situação dessas se estaria ali, da mesma forma que nenhum pai que teve o seu filho morto por um meliante qualquer não estava.

Concordo em gênero, número e grau, que as mudanças devem começar ainda na infância, com bons exemplos dos pais, das famílias, que a instituição chamada família não perca seus valores, crianças bem orientadas são adultos honestos.

Ainda nos tempos de faculdade lembro-me de alguns alunos pseudos-intelecutais que adoravam criticar quando dizia que eu lia Paulo Coelho ou então que assistia ao Programa do Ratinho, diziam que ambos eram lixos culturais, e regurgitavam que liam outros autores e que assistiam programas como Jô, Marília Gabriela, ente outros que na subjetividade deles julgavam serem melhor. O curioso é que estes pseudos-intelecutais até abandonaram a profissão por não encontrarem emprego na área de comunicação. Mas a ocasião em que este assunto veio à tona foi quando discutíamos sobre repercussão de fatos e de como a notícia era dada. Citei o Ratinho porque ele fazia uma comunicação popular – de massa como costumamos dizer na área - de modo que a classe baixa entendia como ele repassava a informação. Este parágrafo parece estar destoando do texto em questão, mas não, entrei neste ponto porque naquela ocasião o comunicador do SBT fala exatamente sobre a violência e de como a questão tem que ser tratada ainda na infância. Ele comentou sobre os centros sociais e alguns programas de prefeituras, governos de Estado e Federal que as vezes visam apenas o lado cultural, como aulas de dança, pintura, capoeira, teatro etc., e não trabalham o lado profissional do jovem. Não estou dizendo que a cultura não é importante, muito pelo contrário, mas ensinar uma profissão para os adolescentes é ainda mais importante, principalmente em comunidades de baixa renda. Naquela ocasião o Ratinho disse que era preciso incluir nestes projetos sociais aulas de carpintaria, panificação, pedreiro, manicure, cabeleireiro, entre outros cursos profissionalizantes.

Quando citei exatamente este exemplo, os pseudos-intelecutais, apoiados pelos professores nem quiseram discutir a INFORMAÇÃO DEVIDO AO MEIO QUE A TRANSMITIU. Não levaram em conta a questão social, que era exatamente o que eu queria discutir. Fiquei a pensar se o mesmo comentário tivesse sido feito pelo William Bonner, Fátima Bernardes, William Vlack, Caco Barcelos e companhia LTDA. global, teria então direito a discussão?

Pois bem, mesmo que de forma assintomática, relegamos a situação. Se dentro da faculdade dependendo da fonte o assunto não é discutido, o que esperar quando ganharmos as ruas então.

Como diria o amigo Jakson Goulart, esse texto virou um papo de aranha – cheio de pernas -.

Certa vez discutindo o tema pena de morte, uma pessoa me disse que gostaria de ver se eu fosse a favor se meu pai morresse na cadeira elétrica ou eutanásia e fosse inocente, se eu teria a mesma opinião. Sei que muitos inocentes já morreram de forma equivocada, mas a proporção é insignificante em relação aos culpados, e como disse, não ela não seria aplicada à ladrões de galinha e a réus primários, e sim em casos específicos, é um risco que temos que correr, se quisermos que os bandidos voltem a temer a lei.

Conforme disse no início do texto, sou 50% católico e o outros 50% divididos entre o espiritismo, evangélicos, candomblé, budismo, entre outros, não fiz primeira comunhão, não sou crismado, mas sou batizado, passo até um mês sem ir à missa, mas rezo todas as noites e garanto que minha fé é muito maior e verdadeira do que muitos que freqüentam e estão na igreja todos os dias. Não sei se este pensamento sobre a pena de morte combina com quem acredita e respeita Deus. Mas como diria o personagem Chicó, em o Alto da Compadecida, do autor, Ariano Suassuna tem coisas que, “não sei... só sei que é assim”.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A DIFÍCIL ARTE DE VIVER EM SOCIEDADE

As vezes me pego pensando como é difícil a vida em sociedade. Hoje se mata por causa de R$ 1.000 ou por causa de R$ 1, o valor da vida é mesmo. Sequestra-se, extorque-se, violenta-se, agride-se verbalmente, por nada, ou então, simplesmente por tentar se civilizado.

Na semana passada arrumei uma tremenda confusão em uma grande rede supermercados da região por ter dado direito a um senhor com mais de 65 anos de passar à minha frente.

A lei 10.048, de 8 de novembro de 2000, dá prioridade ao atendimento preferencial às pessoas como gestantes, lactantes, idosos com idade igual ou superior a 60 anos, e as pessoas acompanhadas por criança de colo.

Na ocasião, após encerrar o expediente, parei no referido supermercado para comprar alguns gêneros alimentícios para o fim de semana. Sexta-feira, fim de tarde, e como sempre o supermercado lotado. Uma mulher de aproximadamente uns 35 a 40 anos terminava de passar provavelmente a sua compra do mês devido a quantidade de itens, e eu era o próximo, logo atrás de mim, umas 8 ou 9 pessoas.

Neste momento um senhor se aproximou com um cesta contendo exatamente um pote de margarina, um pacote de pão, algumas sacolas contendo tomates, batatas e cebolas. Ao perceber que ele apenas olhou para mim e meio sem graça, prontamente disse que ele poderia passar à frente.

Neste momento como um ser totalmente irracional, um homem que estava logo atrás de mim disse que se eu o deixasse passar, que passasse na minha frente, e não na frente dele, e já foi se aproximando como que se quisesse me retirar na fila. Dois filmes se passaram pela minha cabeça numa fração de segundos. O primeiro era realmente a ignorância daquele bípede em expor àquela situação, aquele senhor que nesta altura já começava a se recuar para não criar ainda mais confusão. O segundo filme, foi que aquele fato poderia ocorre com meu pai que completou no dia 21 de julho, 68 anos de idade, e não perde a chance de exercer seu direito de não pegar fila.

Antes mesmo do tal senhor sair, eu o segurei pelo braço, e disse que ele não precisava sair, comentando inclusive sobre a lei que lhe dava esse direito, claro sem citar o seu número, uma vez que não lembrava dele. Também achei que a situação partiria para as vias de fato, já que o rapaz continuou esbravejando. Se não me engano algo bem parecido, “.....eu trabalhei o dia todo, morto de cansado, doido para chegar em casa, e essa porra de velho que deve ter ficado à toa o dia todo em casa vem passando na minha frente, tem que ter desconfiômetro, dá o seu lugar para ele então e vai pra outra fila........”.

Neste exato momento um rapaz mais atrás resolveu comprar a briga juntamente comigo em defesa do senhor. No entanto, me surpreendeu ainda mais um funcionário da grande rede de supermercados que estava logo em frente o caixa, com calça social, camisa de manga comprida para dentro, rádio comunicador nas mãos, todo cheio de pompa, não fazer simplesmente nada, e ainda sair de perto, como se fugisse da confusão.

Não sei se o tal senhor sofria de Mal de Parkinson, ou estava nervoso, mas ele tremia feito vara verde.

Os demais integrantes da fila vendo a situação pareciam terem sidos tomados por uma onda de civilidade e também passaram a defender o “velho guerreiro”, que nesta hora já era o centro das atenções de boa parte das dezenas de pessoas nos caixas vizinho.

Como diz aquele velho e batido ditado, a união faz a força, e o viril homem que não queria de forma alguma permitir que o idoso simplesmente pudesse cumprir seu direito, saiu da fila sentido interior do supermercado. Confesso que por dentro tive vontade ter uma atitude um pouco moleque e puxar uma vaia, mas, macaco velho não põe a mão na cumbuca, e como o cidadão era mais alto, forte e não estava em seu perfeito juízo, o medo de levar o colocado de direita no meio das fuças falou mais alto e fiquei mudo.

O senhor passou a sua pequena compra, com certeza pensando no maldito momento em que aquele jovem uniformizado cedeu por educação o lugar a ele. Teria pensado, porque não ires a outro caixa, mas quis o destino que ele fosse naquele e participasse daquela desprezível cena.

Também passei minha compra, ensacolei, já que a grande rede não possui este profissional em seu quadro de empregados, e fui para o meu carro. Ao sair do supermercado, quando estava exatamente enfrente ao Fórum de Ipatinga, local máximo do cumprimento da Constituição Federal – pelo menos em tese -, resolvo parar para dar passagem na faixa de pedestre para quem? Adivinhe quem? Ele mesmo! O tal senhor do supermercado. E adivinhe o que aconteceu? Vem-me outro cidadão e me taca uma buzina, acompanhada de várias piscadas de farol. Desta vez segui os conselhos de meu sábio pai sobre educação no trânsito e ignorei a situação, aproveitei que estava de vidros fechados devido à temperatura que ainda estava amena e fingi que a situação nem mesmo aconteceu.

Também foi inevitável pensar que mais uma vez aquele senhor deve ter imaginado. “...pelo amor de Deus, mais uma confusão me envolvendo e a este rapaz. Essa praga tá me seguindo, vou sumir da frente dele e rezar pra que nunca mais ele seja gentil comigo........”, neste momento dei algumas risadas sozinho dentro do carro.

No trajeto de volta para minha casa fiquei a pensar que nós, seres humanos “racionais”, simplesmente não conseguimos viver em sociedade. Em contrapartida, seres considerados irracionais são exemplos de vida em sociedade, algumas vezes tão complexas quanto as nossas, como as formigas.

As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas, que podem ser distribuídas pelo tamanho ou pela idade do indivíduo, mas sempre repartindo todas as tarefas, trabalhando juntas na construção de casas enormes, resolvendo problemas complicados.

Se elas, seres “irracionais” simplesmente conseguem viver em sociedade, porque nós seres humanos “perfeitos”, dotados de uma inteligência inquestionável, simplesmente não conseguimos? Será que existe algum palestrante, professor, ou consultor formigão por ai disponível para nos ensinar?

Tudo isto só me leva a crer que infelizmente aquele velho clichê “A desmoralização de uma instituição chamada família”, está mais em alta do que nunca, uma vez que muitos dos exemplos de falta de civilidade são praticados pelos próprios pais na frente dos próprios filhos, que simplesmente são espelhos de seus progenitores. Mas isso é assunto para um outro texto.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

CARALHO !!!!!!!!!!

O brasileiro é realmente um povo “SAKANA”, digo isso porque para tudo ele encontra um jeitinho, ou então, uma forma de distorcer um determinado assunto para zoar um amigo, colega de trabalho, primo, cunhado etc.


Um grande exemplo disso é o CARALHO. Isso mesmo, não se assuste, o CARALHO. Na sua etimologia não estou ofendendo ninguém, ou mesmo, pronunciando uma palavra de baixo calão.

Recentemente durante viagem ao Rio de Janeiro, entre uma cerveja e outra, meu cunhado resolveu me explicar a origem do termo. Confesso que no dia achei que era resultado de umas boas brahamas ingeridas à beira da praia da Reserva e acabei me esquecendo de confirmar a veracidade da história.

Na última sexta-feira, durante horário de almoço me lembrei do causo, fiz uma pesquisa e para minha surpresa, não é que era realmente verdadeiro.

Um CARALHO é uma peça de engenharia naval utilizada para monitoramento nos navios onde os vigias enxergavam o horizonte em busca de sinais de terra. Geralmente com a forma de uma pequena cesta suficiente para abrigar um ou poucos homens, esta peça encontrava-se no alto dos mastros ou torres próprias das caravelas ou navios. Dada a sua situação, a CARALHO era um lugar muito instável, pois era onde se manifestava com maior intensidade a oscilação e o rolamento lateral da embarcação.

Este local, nada agradável, por isso mesmo era considerado lugar de castigo e para aí eram mandados os marinheiros que infringiam as normas vigentes a bordo. O prevaricador era então obrigado a cumprir horas e por vezes até dias inteiros no CARALHO e, quando descia, vinha tão mal disposto que se mantinha quieto por uns bons tempos. Daí veio a expressão: mandar para o CARALHO quando se queria castigar uma pessoa. Com o tempo a expressão adquiriu outros significados, incluindo a conotação pejorativa conhecida por nós.

No entanto, o hábito do brasileiro de modificar palavras ou frases por inteiro não pára por ai. Segue abaixo alguns exemplos retirados do blog do amigo Alex Ferreira, de expressões devidamente adaptadas por nós.

COMO CONHECEMOS:
O CORRETO É:

Hoje é domingo, pé de cachimbo.
Hoje é domingo pede (do verbo pedir) cachimbo.


Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro
Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.
Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.


Cor de burro fugido.
Corro de burro fugido.


Quem tem boca vai a Roma.
Quem tem boca vaia (do verbo vaiar) Roma


Cuspido e escarrado
Esculpido em Carrara. (Carrara é um tipo de mármore)


Quem não tem cão, caça com gato
Quem não tem cão, caça como gato (ou seja, sozinho, uma vez gatos caçam somente só)

Lembra-se do SAKANA lá em cima, descubro hoje por meio de um colega de trabalho japonês que PEIXE, na língua do sol nascente se pronuncia SAKANA. Isso me leva crer se algum dia conhecer a terra dos samurais, e um amigo me dizer que o senhor Miagui está preparando uma grande SAKANAGEM para nós, não sei se interpreto que ele nos convidou para uma bela PEIXADA ou se estar querendo mesmo é nos ...............................................................

Para quem nunca viu, ou mesmo não conhecia, aí está o único e verdadeiro CARALHO.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

POBRE DOM JUAN

Quarta-feira, 13 de julho de 2011, 15h30, trabalhando em minha mesa, preparando uma apresentação em PowerPoint para reunião mensal do Sistema Integrado de Qualidade (SIG), sou interrompido pelo toque do celular. Ao pegar o aparelho e olhar o visor, percebo a origem da ligação como CONFIDÊNCIAL.

Como não conheço nenhuma pessoa com o nome de Confidencial e ao mesmo tempo, deduzo que uma pessoa que aciona esta opção em seu aparelho não quer que você saiba quem é, muito menos o número do seu telefone, me reservo ao direito de também não atendê-la. Apertei a tecla silenciar e voltei a trabalhar. Em questão de segundos, a cena se repete, telefone toca, olho para o visor, ligação CONFIDÊNCIAL, aciono silenciar e volto a trabalhar. A cena voltou a se repetir outras duas vezes.

Por fim, na quarta tentativa em menos de um minuto, pensei. “Pode ser algum conhecido, ou alguém da família, que acionou a opção ligação confidencial e nem está sabendo, e está precisando conversar comigo urgente. De imediato pensamos em alguma enfermidade com um parente próximo”. Então resolvi atender.

- Alô!

- (Voz de uma mulher muito nervosa) Cachorro, safado, onde é que você está, fala desgraçado.

- Hã!

- Fala! anda! Onde é que você tá. Tá com ela seu cafajeste, desgraçado.

- Quem está falando?

- Como assim quem está falando, sou eu seu ordinário, já estou sabendo de tudo, onde é que você está, me fala logo para eu ir aí acertas as contas com você.

- Minha senhora, acho que você ligou para a pessoa errada.

- Há, há, há, há, há. Você deve estar achando que eu sou idiota né. Desgraçado, você está com ela agora não está, (aumenta ainda mais a voz em tom de grito), quem é a vadia, vagabunda que está com você.

- Minha senhora, realmente não tenho a mínima ideia do que a senhora está falando, meu nome é Cristiano Souza Linhares, e estou neste momento no meu trabalho, na cidade de Ipatinga.

Antes mesmo de eu terminar a frase, ela parece ter interpretado somente que eu estava em Ipatinga)

-Ipatinga? você foi para Ipatinga para encontrar com ela? e você ainda tem coragem de me dizer, seu ordinário, me fala logo o nome da vagabunda, anda.

Confesso que o ideal seria desligar logo o telefone, mas a situação cômica, pelo menos para mim, me fez ficar mais alguns minutos na linha. Pensava em tudo, desde o “pobre” marido, namorado ou companheiro, que teve a sua suposta pulada de cerca descoberta, ao sofrimento e raiva daquela pessoa do outro lado da linha. Pela tonalidade de sua voz, percebia-se que era um misto de raiva, sofrimento e desespero, que a impossibilitava de ouvir o que e dizia, desta forma, ela acabava interpretando somente o que lhe era conveniente.

- Minha senhora, novamente lhe digo, meu nome é Cristiano Souza Linhares, sou Jornalista e moro na cidade de Ipatinga. Não acredito que a senhora deva ter errado o número do telefone do marido, namorado ou companheiro, uma vez que me ligou quatro vezes consecutivas, no entanto, acredito que a senhora deva ter errado o DDD, este número que a senhora está ligando pertence à área 31, e não é do seu marido, namorado ou companheiro, aliás, qual é mesmo o nome dele?

Novamente para a minha surpresa, demonstrando ainda mais o desespero da mulher, ela não absorveu nada do que eu disse.

- Pára com isso! Porque você tá fazendo isso comigo. Acha que eu não conheço a sua voz? Você tá com ela agora e não quer me dizer não é. Onde é que você está no motel ou na casa dela desgraçado, como você tem coragem de fazer isso comigo.

- Minha senhora, infelizmente não posso lhe ajudar, só posso lhe garantir que não sou o seu marido, namorado ou companheiro, e confesso que não gostaria de estar na pele dele quando ele chegar em casa. Só posso mesmo lhe desejar boa sorte na sua busca. Tenha uma boa tarde e por favor não me ligue novamente.

Logo em seguida desliguei o telefone uma vez que nessa brincadeira toda já se passava uns 3 a 5 minutos e naquele dia realmente eu estava muito apertado. Mas para a minha surpresa o telefone ainda tocou mais três vezes. É claro que eu não atendi, uma vez que já sabia do que se tratava.

Ao chegar em casa a noite e comentar o fato com minha esposa, demos umas boas gargalhadas sobre o acontecido, mas ao mesmo tempo com certa dó da desesperada senhora, e também, curioso sobre o destino do misterioso Dom Juam. O que terás acontecido com o casal e quem serás a caliente amante. Pena o caso não ser uma novela das 7 para poder conferir no dia seguinte o restante da história.

terça-feira, 19 de julho de 2011

SALADA QUÍMICA




Ao chegar outro dia em casa, louco para tomar um bom banho e relaxar após mais uma jornada de trabalho, peguei toalha, roupa e segui para o banheiro. Sabe aqueles instantes quando nos pegamos olhando para o espelho sem pensar exatamente em nada, apenas olhando de forma vazia. Pois bem, após alguns segundos nesta situação, abaixo meus olhos e começo a reparar alguns objetos na pia do banheiro.

• Sabonete liquido de mel;
• Creme a base de amêndoas;
• Condicionador com camomila;
• Creme para o rosto com essência de morango;
• Creme para o cabelo a base de abacate;
• Creme de andiroba.

E por último o que mais me chamou a atenção e que me motivou a escrever mais este texto, Mandioca siliconada para os cabelos.

Lembrei-me na hora do sábio João Matuto, que como dizem, não confia nem na própria sobra, e usa aqueles relógios antigos de pulso a base de corda, para não correr o risco de ficar sem bateria na hora “H”. Com certeza ele diria: “´É gente, desse jeito não vai sobrá cumida prá nóis não. O pessoar tá usandu tudo pra fazê trem di beleza, adondé que nóis vai pará. Pelo andá da carruge daqui uns tempo nóis vai sentá na mesa prá cumê e distampá um monte de ponte de beleza e servi no pratu.”

Analisando o fato por outro lado, me recordo das discussões que vira e mexe voltam à tona sobre o fornecimento de alimentos à população mundial. Cada vez mais substitui-se plantações de alimentos para cultivo de cana para produção de açúcar e álcool, ou no caso dos EUA pelo milho, também para produção do etanol. É claro que a porcentagem de essências e matérias primas de frutas, raízes, entre outros alimentos destinados à produção de cosméticos é pequena se analisarmos apenas um, dois ou três potes de forma individual, mas vamos pensar que o setor de beleza foi um dos que mais cresceram nos últimos anos.

Mas também é preciso analisar outras questões. Quantas pessoas no mundo neste exato momento não tomaram o seu café da manhã, não almoçaram e muito menos irão jantar? Sei que isso é clichê, mas infelizmente é a verdade.

Enquanto toneladas de alimentos são jogadas fora todos os dias nas centrais de abastecimento como CEASA, CEAGESP, feiras livres, ali mesmo na esquina uma criança morre de forme. Dezenas de restaurantes e supermercado descartam todos os dias alimentos que ainda estão próprios para o consumo, mas devido uma lei que os responsabiliza no caso de alguma intoxicação, muitos preferem destinar ao lixo o que saciaria a fome de centenas.

Mas num País onde o sujeito enche o “chifre” na cachaça, pega o carro, atropela um pai de família no ponto de ônibus que retornava após um logo dia de trabalho, e ainda se recusa a fazer o teste do etilometrô, faz chacota da situação, paga fiança, e ainda sai pela porta da frente numa enorme caminhonete preta importada, não se pode esperar muito né. Até mesmo quem deveria dar o exemplo como o senhor Senador Aécio Neves e o Deputado Federal Índio da Costa (candidato a vice-presidente de José Serra), se recusaram a meter o bocão no canudo e a soprar, e depois ainda tem coragem de enviar uma nota à imprensa ressaltando a importância das fiscalizações.

Depois de um breve período sem inspiração para escrever graças a Deus as coisas parecem estar voltando ao normal.

Há ! lavei a cabeça com shampoo e condicionador anti-caspa. Pelo menos nas instruções não havia qualquer referência sobre essências ou outros ingredientes a base de alimentos

terça-feira, 12 de julho de 2011

SÓ QUEM GOSTA ENTENDE



No dia 30 de julho de 2010 escrevi neste blog um texto onde comentava a história de um cachorro doente que percorreu 60 km durante um ano, para retornar para casa, após ser abandonado por seu dono, e morrer um dia depois de chegar ao seu destino.

Na ocasião utilizei o clichê “quanto mais conheço os homens, mais adoro meus cachorros”. Digo isto porque sou um apaixonado por bichos e costumo dizer que sofro mais ao ver um animal ser mal tratado do que um ser humano. Sei que muitos me condenam por este sentimento, mas penso apenas que o homem pode se defender enquanto que os animais, o máximo que podem fazer é correr.

Desta vez discorro sobre a foto acima, publicada em todos os portais de notícia do Brasil. Trata-se do choro do faxineiro Cristiano Verola, de 28 anos, pela morte de sua égua Estrela.

Na ocasião o pai do faxineiro transitava com a carroça entre Serrana e Altinópolis, na região de Ribeirão Preto, (313 km de São Paulo), quando foi atingido por trás pelo veículo Ecosport. Resultado, o pai do agricultor ferido e á égua Estrela morta.

Ao ser comunicado do acidente, o agricultor colocou a cabeça do bicho em seu colo e chorou a morte do animal. Para muitos foi a coisa mais piegas do ano, para outros realmente foi emocionante.

Pelo visto tanto eu, quanto o dono da égua Estrela, não somos os únicos a ter sentimentos assim. Logo após a publicação da matéria nos principais portais de noticias do Brasil, centenas de ligações começaram a surgir com pessoas sensibilizadas com a cena se comprometendo a doar um novo animal à família.

O caso foi até parar no programa do Ratinho segundo informações publicadas pelo portal Uol. Nem mesmo a própria família esperava uma repercussão tão grande a respeito do assunto.

Recentemente um dos bichinhos de estimação de minha família, uma cachorrinha poodle, chamada Dooly, que já no alto dos seus 16 anos de idade, esteve praticamente morta em virtude de vários tumores na região da sua barriga. Vários foram os investimentos na tentativa de salvar a fiel companheira, até que o veterinário achou melhor sacrificá-la.

Fui o primeiro a ser contra, e comprar briga com os que concordaram. Já que o bicho iria morrer mesmo, que passasse seus últimos dias em nossa companhia. Era o mínimo que poderíamos fazer após ele propiciar tantos anos de fidelidade, carinho, atenção e diversão à nossa família. Mais uma vez me lembrei do clichê “quanto mais conheço os homens, mais adoro meus cachorros”.

As semanas foram passando, os medicamentos fazendo efeitos e para a surpresa de todos, o bichinho melhorou e dentro de suas limitações ainda nos proporciona muita alegria.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Tem pardal pra todo lado


Coitado do Pardal, sempre é pego para Judas. Sujou a roupa no varal, foi Pardal que fez coisa onde não devia, tá acabando com aquela hortinha no fundo de casa, é o pardal que está comendo tudo, querem dizer que o cara é bicão e folgado, atribuem a ele o apelido de pardal.

Mas ultimamente os pardais que vêm tirando o sono dos motoristas da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) são outros. Eles possuem haste e compartimento de metal, câmera fotográfica e te mandam uma continha para pagar.

Não são poucos os que querem dizimar e extirpar de uma vez por todas esta raça. Mas uma coisa é certa, esse bichinho só pega quem está errado. Não vou entrar na questão sobre indústria da multa, porque isso é claro que existe, mas, sobre a necessidade desta engenhoca eletrônica de caráter “educativo”.

Há pouco mais de dois meses troquei de emprego, continuo atuando na área de comunicação, mas longe da política onde atuei nos últimos seis anos de minha vida. A empresa que trabalho presta serviço numa grande siderúrgica na cidade de Ipatinga. Na área interna desta empresa, em se tratando de leis de trânsito, me sito como se estive em países de primeiro mundo como Europa, Canada e Japão.

Todos respeitam rigorosamente as leis de transito que simplesmente são as mesmas das “lá de fora”. Em algumas ruas onde a velocidade permitida é de apenas 30 km/h, tem motorista andando a 20 ou 25km/h. Só do pedestre caminhar rumo à faixa de pedestre, o motorista dos carros, ônibus, caminhões e carretas param e gentilmente nos dão a preferências, todos se respeitam, todos se amam e todos são felizes assim como num conto de fadas. Mas infelizmente conto de fadas não são reais, e quando o expediente termina e os belos motoristas dos mesmos carros, ônibus, caminhões e carretas que dentro da empresa são verdadeiros gentlemen sofrem uma metamorfose instantânea, como aquelas que vemos nos desenhos animados.

Ao passar pelas portarias da empresa e ganharem as avenidas e ruas no mundo sem lei aqui de fora, os mesmos carros, ônibus, caminhões e carretas, passam a ter comportamentos agressivos, não respeitas as mesmas faixas de pedestres, furam os sinais, cortam pelo acostamento, buzinam, xingam, fazem gestos obscenos e algumas vezes partem até mesmo para a agressão física. Mas o porquê de uma mudança de comportamento tão brusca e repentina separada apenas por um portão de uma empresa? Porque lá dentro simplesmente são seres civilizados e cumpridores das leis de trânsito, e aqui fora são seres irracionais? A resposta é simples. Lá dentro as leis funcionam, e quem não as cumpri, é rigorosamente punido. Não parou na faixa de pedestre, tem multa, perde o direito de entrar com o veículo na área interna da empresa e conforme a infração pode até mesmo ser demitido. Lá fora? Haaaa ! lá fora é diferente. Fiscalização somente no faixa azul, guarda de trânsito? somente nas esquinas da avenida 28 de abril, e mesmo assim, só parado, nem se dão o trabalho de ir atrás dos infratores, apenas quando eles passam diante dos seus olhos e mesmo assim não é sempre que o bloco e a canetinha entram em ação.

Não é só sensação de impunidade não, é impunidade mesmo. Façamos uma reflexão, você realmente conhece alguém que perdeu a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que não pode mais andar de carro pelas ruas por não ter obedecido as leis de trânsito. Eu conheço um cara que matou um amigo durante um racha na Avenida Emalto em Timóteo e até hoje ele está dirigindo, e olha que isso foi em 1999 quando ainda cursava o segundo grau.

Mas é interessante também analisar o papel do pedestre. Dentro da empresa, atravessam as vias somente nas faixas de pedestres, olham para os lados, não andam no meio da rua, quando isto é preciso, fazem apenas nas faixas amarelas que delimitam um espaço de segurança. Esses mesmos pedestres ao transpor também os portões da empresa são acometidos da mesma metamorfose citada anteriormente, até mesmo porque alguns deles se tornam motoristas. E o mais legal disso tudo, o mesmo pedestre que dentro da empresa exige o seu direito como pedestre, ao assumir a direção de seu viril veículo, simplesmente não respeita o direito do pedestre lá fora no mundo real.

Infelizmente a verdade é essa, nós brasileiros somente aprendemos a lição mediante a punição, só enxergamos quando a coisa atinge o nosso bolso, ou diretamente algum interesse nosso.

Peguemos outro exemplo, a famigerada BR-381, apelidada injustamente de “Rodovia da Morte”. Pois bem, a rodovia não mata ninguém, ela é apenas um objeto abstrato, quem mata são os motoristas imprudentes que nela trafegam, e não respeitam os limites da ultrapassada rodovia.

Várias foram as notícias nos meios de comunicação sobre as tragédias ocorridas na 381, até que resolveram encher o trecho mais perigoso, entre João Monlevade e Belo Horizonte com mais de 60 controladores de velocidades, os vulgos “Pardais”, é um atrás do outros, com limites que variam entre 50 e 70km/h.

Façamos agora uma nova análise, quanto tempo não ouvimos falar de tragédias na mesma rodovia desde que os Pardais “pousaram” às margens da BR. Vários acidentes de gravidade menor aconteceram, mas tragédias, com dezenas de mortes conforme já estávamos nos acostumando, realmente não se viu mais. E agora a pergunta. Porque houve essa redução? porque mexeram no nosso bolso, porque agora seremos punidos, mais do que pontos extraídos da CNH, há a extração dos suado dinheirinho das nossas contas correntes ou poupança, dinheiro esse que tem que ser desembolsado na pior época do ano, os meses de janeiro, fevereiro e março, época de IPVA, IPTU, matrícula da escola das crianças ou da sua faculdade, material escolar. Esse dinheiro também poderia servir para complementar aquele recursos destinado ao merecido descanso anual ali em Guarapari, no Espirito Santo, ou em Nova Viçosa ou Mucuri, no Sul da Bahia, onde temos a impressão de estar no próprio Vale do Aço, de tanta gente conhecida que encontramos.

Desta forma pergunto qual a semelhança hoje de trafegar pela BR-381 e pelas avenidas da Siderúrgica onde trabalho? Quem não anda de acordo paga caro. Por mais que possa doer, só aprendemos desse jeito, com “castigo”.

É simples, basta lembrar-se de quando éramos criança, se nos comportássemos mal o que acontecia? castigo, ficar sem brincar na rua, sem jogar videogame, sem televisão, e o que acontecia mediante estas punições? virávamos lindos carneirinhos, vivendo em paz e em plena sintonia uns com os outros.

Alguns males são precisos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

FECHADO TEMPORARIAMENTE PARA BALANÇO

Costumo dizer que tudo que é feito sem prazer não presta, ou se preferir, tudo feito por pura e mera obrigação torna-se um saco.

Sempre gostei de ler e escrever, mas em contrapartida sempre o fiz por prazer. Respeito e admiro de todo o coração ícones da literatura brasileira como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato entre outros, mas confesso que sentia uma espécie de tortura ao ler livros como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capitu, Dom Casmurro, o Conde Abranhos e a Catástrofe, entre outros. Este tipo de narrativa nunca me atraiu, sempre preferi literaturas mais contemporâneas.

Escrevi este breve prólogo apenas para dar uma satisfação àquelas pessoas que acessam este blog, o fato de estar há dois meses sem postar nada. Assim como a leitura deve ser feita por prazer, a escrita tem de ser feita pelo mesmo motivo. Hoje tive vontade de escrever estas breves linhas. Não me perguntem o motivo desta temporária falta de prazer, posso dizer apenas aquela frase FECHADO TEMPORARIAMENTE PARA BALANÇO.

domingo, 1 de maio de 2011

O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO



Dizem que ir ao Rio e não visitar o Cristo é como ir a Roma e não ver o Papa. Pois bem, fui ao “Rio e não vi o Papa”.

É incrível como as pessoas rotulam as coisas de forma que todos tenham que fazer igual. Realmente não vi o Cristo Redentor, mas vi e fiquei perto de uma coisa muito melhor, minha sobrinha/afilhada Ana Júlia, a quem não via há mais de oito meses.

Quando minha irmã decidiu me presentear como o título de padrinho deste ser maravilhoso, fiquei extasiado, primeiro por ser uma sensação nova, e depois por ver como esse mundo dá trilhões de voltas. Eu e minha irmã brigamos durante toda a nossa adolescência, chegamos a ficar sem conversar, e hoje somos tão próximos que às vezes chego a chorar escondido de saudades dela.

Também confesso que nunca passou pela minha cabeça que iria me apaixonar tanto por aquele ser tão pequeno, inocente, doce, carinhosa, entre outros adjetivos claro que positivos. Que sensação inexplicável chegar à casa de minha irmã e receber aquele abraço gostoso e sincero de uma criança. As vezes me pego pensando como serei quando Deus abençoar a mim e a minha esposa com um filho, se com uma criança que é minha sobrinha/afilhada, o amor já é incondicional, como será com um filho?

Pouco antes do batismo lembro-me que uma pessoa comentou que achava que eu não estava preparado para ser padrinho, mesmo não concordando com ela na ocasião, podia até ser que ela tinha razão, mas hoje tenho a certeza que se não estou preparado, pelo menos estou no caminho certo.

Para os mais céticos e que possam achar ruim não ter postado uma foto do Rio propriamente dito, segue abaixo o nascer do sol, ao fundo a famosa pedra da Gávea capturada a partir do Recreio dos Bandeirantes.

O feriado de páscoa foi um dos mais agradáveis dos últimos anos, vi pessoas que amo, aproveitei cada minuto como se fosse o último, não vi o Cristo, mas voltei com aquele sentimento de que o Rio de Janeiro continua lindo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

QUAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EM SUA VIDA?

Outro dia após ler juntamente com um colega de trabalho um texto no blog do amigo Alex Ferreira, sobre a falta de interesse dos jornalistas em lutar pela instalação de uma subsede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), o papo tomou rumos interessantes.


Como o texto falava sobre a cobertura de atividades sindicais cobertas pela nossa categoria, o assunto se enveredou para os seguintes caminhos.

Se categoria dos médicos faz greve, a população fica sem atendimento, sem o atendimento não há tratamento, sem tratamento não há melhora, sem a melhora, o paciente piora e pára de trabalhar e por aí vai, até os médicos voltarem a atender, daí a pouco a coisa se normalizar.

Se os professores fazem greve, os alunos ficam sem aula, param de estudar, influenciam na rotina dos pais, já que alguns só saem para trabalhar depois que os filhos vão para escola, o assunto ganha notoriedade nos JORNAIS, protestos rolam por toda a parte, e como educação é obrigação primordial em qualquer esfera, daí a pouco a greve termina e a coisa se normaliza.

Se os metalúrgicos fazem greve, a produção da empresa cai, ela deixa de vender internamente e externamente, o faturamento cai, o prejuízo aumenta, e daí a pouco a greve termina e a coisa se normalizar.

Se os bancários fazem greve, a população tem o seu dinheiro retido, não tem como pagar as contas, a revolta popular aumenta, e daí a pouco a greve termina e a coisa se normalizar.

Se todos os frentistas de postos de combustíveis do mundo resolverem parar, simplesmente o Brasil pára por falta de todo e qualquer tipo de transporte. Aliás, apenas os transportes ecológicos funcionarão, carroça, bicicleta, etc, e daí a pouco a greve termina e a coisa se normalizar.

Daí para frente é que o papo ficou revoltante, no momento em que ele me perguntou. E se todos os jornalistas do mundo fizerem greve. Infelizmente para responder tive que analisar como cidadão e não com jornalista.

Esse movimento grevista iria alterar de forma considerável a rotina das pessoas? Infelizmente não. Basta pensarmos da seguinte forma, se o jornalista faz greve, vai impedir de o médico sair de casa para trabalhar e atender aos pacientes? os professores deixarão de lecionar suas aulas e educar as crianças? Os metalúrgicos vão deixar de forjar suas peças em aços? Os bancários vão deixar de abastecer os caixas eletrônicos e abrirem seus caixas? Os frentistas vão deixar de abastecer nossos carros? Infelizmente a resposta de todos estes questionamentos é um seco e simples não.

No entanto, o que muitos não conseguem enxergar é a importância que a comunicação tem diretamente da vida de toda a população. Se não fossem os profissionais da área da comunicação milhões de médicos não teriam acesso a informações pelos mais variados meios de comunicação sobre novas pesquisas, descobertas, artigos; se não fossem os jornalistas quem iria divulgar as greves dos professores que as vezes duram mais de 30, 60 ou 90 dias, prejudicando os estudantes e por ai vai em todas as categorias.

Ao contrário do que muitos pensam, jornalista não faz só fofoca ou ficam cobrindo a “vida” interessante dos “artistas”. É o jornalista que mantém a nossa mente informada e não deixa que nos tornemos pessoas bitoladas e alimentadas somente com noticias convenientes. É o jornalista que denuncia desvios de recursos públicos, a falta de atendimento em um hospital, as atrocidades de policiais corruptos. Muitas das vezes é o jornalista que faz o papel de autoridade, denunciando um fato para só depois atuação do poder público.

Desta forma, o que quero dizer é que uma comunicação bem feita, sem ruídos, com responsabilidade, credibilidade tem a mesma importância em nossa vida que um atendimento médico, que o ensino que nossos filhos recebem nas escolas, que os atendimentos bancários, entre outros, e deveriam ser respeitada também da mesma forma.

Recebo ontem pela manhã, um e-mail que deu origem a este texto, ele explica muito bem as conseqüências que a falta de comunicação ou pelo menos quando ela não é bem interpretada pode acarretar em sua vida.

terça-feira, 12 de abril de 2011

SONO DOS JUSTOS

Com certeza existem várias coisas ruins na vida, não saberia citar aqui todas, mas pelo uma eu posso não só citar, bem como falar com muita propriedade, no caso, a insônia.

Nada pior do que chegar em casa depois de um longo e “chato” dia de trabalho, ir para a cama por voltas das 22h ou 23h, morrendo de sono, e pouco tempo depois, três, quatro ou no máximo cinco horas, acordar e passar o resto da madrugada como uma coruja.

No meu caso, eu recuso a me render à insônia e partir para a TV ou Internet, fico revirando o resto da madruga na cama até que as seis da matina quando o SBT já começa apresentar o seu primeiro jornal e não mais há tempo para dormir, posso definitivamente me “despertar”.

A situação só não é pior porque tenho guardada na cabeceira da cama, como quem já estivesse de prontidão e pronto para entrar em ação, um pequeno rádio portátil digital, sintonizado a noite para captar sinais das rádios CBN, Globo, Tupi entre outras. Todas funcionando em Amplitude Modulada (AM).

É interessante analisar como existem ótimas programações durante a madrugada principalmente CBN e Globo. Várias foram as noites mal dormidas em companhia de CBN Noite Total, CBN Madrugada, Quintal da Globo entre outros.

Confesso que após ouvir durante uma boa parte da madrugada algumas dessas programações, e  logo pela manhã ligar o rádio do carro nas rádios AM da região enquanto me dirijo ao trabalho, sinto-me completamente entediado.

Dia desses, o entrevistado por mais de uma hora fora o Maestro João Carlos Martins, contando a sua maravilhosa e história de vida. Também pela madrugada, ótimas entrevistas com várias personalidades acadêmicas, profissionais da área da saúde, escritores, diretores, entre outros.

Lembro-me da entrevista com o diretor Jayme Monjardim, quando foi lançado o filme Olga, baseando no livro de Fernando Morais. Foram belas duas horas de entrevista falando sobre a filmagem, sobre as decepções de alguns expectadores que esperavam do filme a mesma emoção do livro, sobre novas pesquisas e por ai vai.

Também lembro da entrevista com o Presidente da Associação Brasileira de Ufologia sobre os registros de Óvnis no Brasil e no mundo, sobre as inúmeras farsas e também dos casos verídicos. Levo comigo a sábia frase “....é muita ignorância do ser humano, achar que num universo totalmente inexplorado e desconhecido, acharmos que nós somos os únicos seres vivos.”

Nesta madrugada, até parecia que a entrevista havia sido programada para mim. No caso, um especialista do sono. Falando sobre como ter uma boa noite de sono, e todas aquelas questões sobre se desligar da rotina diária, deixar os problemas do serviço no serviço, ter hábitos saudáveis e por ai vai, como se fosse fácil simplesmente apertar um botão de Stand by e todos dormissem felizes para sempre todas as noites.

Para não detalhar muito vou direto ao final da entrevista, onde o médico dizia que além de todas aquelas questões citadas acima, também era preciso relaxar mesmo durante a semana, tirar um tempo de manhã, a tarde ou a noite, para atividades ou ações que nos proporcione paz interior, e que a noite trabalhássemos esses momentos para que possamos nos acalmar.

Ao chegar ao serviço hoje por volta das 9h, enquanto esperava a dona Sandra terminar de arrumar minha sala, olhava pela janela como quem olha assim para o nada, e sou surpreendido por este gente boa saltando de Paraglider em plena manhã de terça-feira, do alto da Serra da Viúva. Será que ele também ouviu a entrevista? Com certeza este dormirá o sono dos justos essa noite, e bem relaxado.



terça-feira, 29 de março de 2011

CONTO DA CAROCHINA

Pé de manga que dá banana +  lei da Ficha Limpa = mesma coisa


E a Ficha Limpa heim! não passou mesmo. E mais uma vez o Excelentíssimo Senhor Ministro do TSE, Gilmar Mendes, no centro da polêmica. E olha que a lei corre o risco de não valer nem para as eleições de 2012. Ô luta !

Quando a gente acha enfim um instrumento para ajudar a barrar os digamos, menos honestos, a nossa eficiente e rápida justiça, faz justiça.

Pior que os eleitores que votaram em candidatos ficha suja em troca de favores pessoais, e que acabaram sendo eleitos, somente o pé de manga lá em São Domingos do Prata, que dá Banana.

segunda-feira, 21 de março de 2011

VIDA DE INSETO




A natureza é simplesmente surpreendente, infelizmente o homem interfere de forma brutal no meio ambiente, e dentro de algumas décadas cenas como essas poderão não mais ser admiradas ao vivo.´

Imágens capturadas em sítio na zona rural de Alvinópolis.

quinta-feira, 17 de março de 2011

VERGONHA E DERROTA


Esta vida é mesmo engraçada e as vezes nos prega peças. Trabalhando há sete anos na área da comunicação já vi um bocado de coisa acontecendo, tanto na linha de frente, quanto nos bastidores.

Falando sem dados científicos, mas por conhecimento empírico, acho que se fizermos uma pesquisa junto a categoria, depois da questão salarial, o que mais desanima os profissionais do jornalismo, e tal burra censura. Sempre achei ridículo e condenei como o estado condenava as bruxas à inquisição durante a idade média, quem pratica a Censura.

Como diria meu sábio irmão, infelizmente somos nós que corremos atrás do dinheiro, e não ele atrás de nós. E isto faz com que sigamos as vezes por caminhos turbulentos.

Vez por outra, infelizmente sou obrigado praticar a famigerada censura, aliás, eu a fiz somente uma vez, e foi o suficiente para me sentir ao fim da ligação telefônica, como uma prostituta que acabou de fazer um programa com o mais porco, nojento, chauvinista, bruto e ignorante dos homens, e que, para piorar, saiu sem pagar após uma seção de agressões físicas. A vergonha perante meus colegas de redação era tamanha, que confesso tive vontade de largar o serviço e mudar de cidade. Como pudera, mesmo cumprindo ordens, um jornalista que já atuou em redações de rádio e jornal, praticar aquilo que é mais combatido em nosso meio? Infelizmente, contas a pagar compromissos futuros assumidos ou simplesmente a necessidade de um emprego para sobreviver, me obrigaram a cumprir mesmo que vergonhosamente a ordem. Mas também lembro-me de me apresentar e informar que nunca mais cumpriria uma ordem como aquela, se quisessem que a fizessem, mas eu, nunca mais. E pelo menos me lembro de realmente não ter feito, mas como disse, fizeram por mim algumas outras vezes.

Mesmo não sendo minhas essas ligações, elas foram suficientes para trazer a tona novamente aquele sentimento de vergonha e derrota citados acima.

Recentemente não agüentei a provocação de uma colega de trabalho, sobre a qualidade editorial dos jornais da região, e resolvi comparar as profissões. Citei pelo menos 15 profissionais da área dela, espalhados por todo País e envolvidos com chefes das mais diversas facções criminosas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, ao mesmo tempo, perguntei qual o último caso de escândalo envolvendo um jornalista que ela se lembrava. O silêncio fúnebre, seguido da saída repentina de minha sala foi a resposta mais rápida que mente brilhosa conseguiu me dar.

Não me assustarei se essas palavras sofrerem um AI-1, no entanto, chega uma hora que é preciso extravasar, soltar a fraga, chutar o pau da barraca, e por ai vai.

Sei que com todos os problemas, e já ter estado dos dois lados da moeda, não deixa de ser interessante, e como tudo na vida, agrega conhecimento.

No último domingo, eu e minha esposa ganhamos de presente de minha mãe um livro, desses de promoção mesmo, e que ela se esqueceu de tirar a etiqueta do preço que mostrava R$ 9,99. O titulo? A vida não é um limão, a vida é uma limonada.

CENSURA
[Do lat. censura.]
S. f.
1. Ato ou efeito de censurar.
2. Cargo ou dignidade de censor.
3. Exame crítico de obras literárias ou artísticas; crítica.
4. Exame de qualquer texto de caráter artístico ou informativo, feito por censor (3), a fim de autorizar sua publicação, exibição ou divulgação.
5. P. ext. Corporação encarregada do exame de obras submetidas à censura.
6. Condenação, reprovação, crítica.
7. V. repreensão (1).
8. Rel. Condenação eclesiástica de certas obras.

segunda-feira, 14 de março de 2011

PARA COMEÇAR A SEMANA BEM


Para começar a semana bem, só relembrando os dias de descanso no carnaval na roça com aquele delicioso barulhinho de chuva caindo no telhado.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Perfeições da natureza


Há muito tempo que deixei de gostar das festividades do carnaval. Gosto sim do feriado, para poder curtir uns bons dias de descanso no sítio do meu sogro na região de São Domingos do Prata, há mais de 20km do centro da cidade, sendo 11 km deles de estrada de chão, geralmente em condições ruins.

 
Há pelo menos seis anos sempre fujo para lá nesta época para aliviar a cabeça, comer um churrasco, tomar algumas cervejas e boas doses de cachaça, limão e sal, popularmente chamado de cu-de-burro. O nome é muito feio, mas a mistura é uma delícia. Comparações a parte, prefiro nunca saber se a delícia da bebida tem alguma a ver com o órgão do asno.

 
A diferença do carnaval deste ano em relação aos anteriores foi a chuva. Saí de Ipatinga no sábado pela manhã, por volta das 11h e retornei na terça, por volta das 18h. Saí debaixo de chuva, e voltei debaixo de chuva. Resultado, consumo maior de cerveja, carne e claro, o cu-de-burro.

 
Além de proporcionar um descanso melhor e mais agradável, os quatro dias na roça com chuva renderam boas gargalhadas durante o processo de desatolamento de vários carros, afinal não ha estrada rural que resista a uma semana de chuva.

 
Mesmo com toda essa diversão, tem uma hora que o tédio toma conta, e nessa hora nada melhor que simplesmente observar a chuva cair, com uma máquina fotográfica na mão, e uma boa dose de paciência para capturar imagens maravilhosas que terei o prazer de compartilhar com vocês nas próximas postagens.

No caso da foto acima, equipamento devidamente regulado, acoplado no tripé, focado numa poça, permitiu capturar o momento exato em que a gota d’água toca a poça no gramado.

sexta-feira, 4 de março de 2011

MALDITA TECNOLOGIA !






É público e notório que o homem sempre agrediu a natureza, criando uma espécie de êxodo rural animal e por conseqüência, também uma extinção de espécies. No entanto, de uns tempos para cá, mesmo que a passos de tartaruga parece haver uma certa mudança.


Pela sacada de meu apartamento, é possível ver na parte da manhã, uma grande variedade de pássaros das mais variadas espécies. Essas fotos foram feitas na semana passada antes do início deste breve período chuvoso. Nelas é possível identificar alguns exemplares como Beijar-flor, Bem-te-vi, Canário Chapinha, um pássaro branco que não sei o nome e claro, que não podia deixar de marcar presença o famigerado Pardal. Isso sem falar em várias outras que neste dia não apareceram para posar para a fotografia.

Pode parecer controversos estes dois parágrafos, uma vez que um fala de êxodo e extinção e outro de uma pequena fartura de espécies. O que vale ressaltar, é que neste mesmo espaço, até pouco tempo atrás havia somente Pardais. E não é só no meu bairro que vejo esta cena. Em Timóteo, na casa de meus pais também notei um aumento nas espécies voando livremente por ai.

Parece haver uma certa mudança de hábitos, onde o que é belo mesmo, são os bichos soltos, voando, andando, livremente por ai, e que o melhor lugar para observá-los é mesmo na natureza, em áreas de preservação ambiental ou parques ecológicos.

Outro dia, preso num engarrafamento na BR-381, por mais de uma hora, na altura da cidade de Caeté e extremamente mal-humorado, eis que olho para o céu e sou surpreendido por um Tucano, desses com um bico de fazer inveja em qualquer um voando bem baixinho e pousando em seguida em uma árvore bem ao lado da BR. Para piorar ainda mais o humor, a máquina já não tinha bateria para nenhum foto. Nesta hora lembrei-me das histórias do amigo Alex Ferreira sobre um tal João Matuto, que não confiava nem na própria sombra. Se ele estivesse ali, e se tivesse uma máquina fotográfica, com certeza seria a velha Yashica, com um filme asa 100, daquelas que quando se registra a foto, roda-se uma pequena manivela para o filme rodar dentro da câmara escura.
Maldita tecnologia digital !

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Enfim chuva.


Após mais ou menos uns 30 dias sem chuva e sob forte calor. A chuva volta a dar o ar da graça, e com ela a beleza de uma tempestade de ráios. Imágens capturadas na noite do dia 23 de fevereiro. A previsão é de mais chuva para a semana que vem. Que seja bem vinda.