quarta-feira, 27 de outubro de 2010

MOSTRANDO O PAU


Sítio na beira do Rio Doce, carne na churrasqueira, cerveja, refrigerante e outros petiscos sobre a mesa. Conversas em tom mais alto, risos, gritos, mulheres correndo, risos de homens e uma pequena cobra, aproximadamente uns 30 cm sai do meio do mato rastejando bem devagar rumo a outra moita do capim.

O “gênio” da turma, pega um pedaço de pau, mata a cobra e o mostra como se fosse um troféu para os demais integrantes da confraternização, fazendo uma alusão ao ditado.

Outro fala em tom baixo, um misto de revolta e tristeza; “precisava matar o bicho. Era só pegá-la com o mesmo pau que você a matou e jogá-la no mato de novo”. A resposta veio mais do que rápido. “Ninguém mandou ela invadir o meu espaço”.

Sem querer ter uma visão Budista a respeito do assunto, até mesmo porque o “gênio” que matou a cobra e mostrou o pau não soube informar se o réptil era venenoso ou não, o que mais me chamou a atenção foi a frase, “Ninguém mandou ela invadir o meu espaço”. Fiquei pensando enquanto dependuravam a cobra na cerca do pasto, quem invadiu o espaço de quem. A cobra que entrou de penetra na confraternização dos outros, ou o dono do sítio que ocupou a área que a milhares de anos vem servindo de casa de centenas de espécies.

Infelizmente para muitos os bichos não são considerados dignos de qualquer respeito moral.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CONSIDERAÇÕES SOBRE TEMPO


As flores brotam e morrem. As estrelas brilham, mas um dia se apagarão. Tudo morre. A terra, o sol, a via láctea, e até mesmo todo este universo inexplorado não e exceção. Comparado a isso a vida do ser humano e tão prévia e fugidia quanto o piscar de um olho. Neste curto instante os homens nascem, morrem, riem, choram, lutam, sofrem, festejam, lamentam, odeiam pessoas  e amam outras. Tudo é  transitório. E em seguida todos caem no sono eterno chamado morte.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DANDO SOPA PARA O AZAR

Sinceramente acredito que ninguém morra antes da hora. Quando é chegada há sua hora, partimos sentados no sofá da nossa casa ou em uma viagem pelo outro lado do mundo. No entanto uma coisa é certa. Não dê sopa para o azar, e esse antigo ditado parece não ter a menor importância para este distraído que construiu sua casa praticamente as margens da Ferrovia da Vale. Com a proximidade do período chuvoso e a terra totalmente solta logo abaixo, existe a séria possibilidade do trem atrasar dia desses.