Sempre fui um grande admirador do João de Barro, a sua habilidade em construir casas que ao mesmo tempo são delicadas é extremamente resistente às ações do tempo é realmente fantástica. Como pode um simples pássaro nascer com habilidade tão grande, invejada por centenas de pássaros em fábulas infantis.
Curiosamente o João-de-barro não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, ele faz um tipo de rodízio entre alguns ninhos e, na falta de um lugar adequado para construir um novo ninho, a ave faz novas construções em cima ou ao lado dos antigos ninhos.
Abaixo uma pequena coletânea de várias casas de Joões de Barro que fiz ao longo dos anos.
COTIDIANO SIGNIFICA TUDO AQUILO QUE É HABITUAL AO SER HUMANO, OU SEJA, ESTÁ PRESENTE NA VIVÊNCIA DO DIA-A-DIA. COTIDIANO É O CACHORRO ABANDONADO NA RUA, É UM PASSÁRO DEVORANDO UMA FRUTA FRESCA AINDA NO PÉ, OU UMA SIMPLES GOTA D'ÁGUA SOB UMA FOLHA VERDE.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
CONTROLE DA INFORMAÇÃO
Pronto agora vou ter o que assistir. Assim pensava quando o pessoal da TV por assinatura saiu de minha casa deixando prontinho o equipamento para uso. Ledo engano. Após duas semanas vejo que o marasmo é o mesmo da “TV pé de galinha”, aquela que funciona na base da anteninha no telhado e que pega apenas Globo, SBT, Band, Rede TV, Rede Minas e mais uns dois canais locais.
Antigamente eu tinha cinco canais que não passavam nada, instalei uma parabólica dessas comuns e passei a ter 30 canais que não passavam nada, e agora com TV por assinatura tenho mais de 200 canais em alta definição que adivinhem, não passam nada.
Sei que muitos vão me achar esta idéia idiota, mas a TV é um mundo perdido. Claro que às vezes quero desopilar a mente e assistir qualquer coisa, mas na maioria das vezes quero assistir algo que acrescente, que contribua com a minha cultura e formação e não apenas enlatados americanos.
Algumas poucas exceções salvam a noite como NetGeo, History Chanel, Discovery e Telecine Cult., no mais, é a mesmice dos canais abertos com a única diferença da quantidade e qualidade da transmissão.
Outro dia zapeando os canais me deparo com o filme 1984 que assisti nos tempos da faculdade de comunicação. Naquela época não prestei muito atenção porque a cabeça era outra, mas hoje um pouco mais maduro e já tendo vivido algumas boas situações na área comunicacional pude perceber como aquele filme é bom.
1984 é uma referência ao mais famoso romance de George Orwell, escrito em 1948 e que deu origem ao filme. A história se passa no “futuro”, o ano de 1984, na Inglaterra. O enredo, mostra como o Estado vigia os indivíduos e mantém um sistema político cuja coesão interna é obtida não só pela opressão da Polícia do Pensamento, mas também pela construção de um idioma totalitário, a Novilíngua, que, quando estivesse completo, tornaria o pensamento das pessoas cada vez mais igual e impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao Partido. A ideia do idioma é restringir o maior número possível das palavras, de tal forma que não existiriam palavras para expressar oposição ao Partido e ao “Big Brother” – o Grande Irmão.
1984 não é apenas um filme de política, mas uma metáfora de uma realidade que inexoravelmente estamos construindo. Para exemplificar, invasão de privacidade; avanços tecnológicos que propiciam vigilância total; destruição ou manipulação da memória histórica dos povos; e guerras para assegurar a paz já fazem parte do nosso mundo.
O filme é antigo mas extremamente contemporâneo uma vez que vivemos exatamente daquela forma. Indiretamente somos censurados quando não levantarmos a voz contra uma autoridade militar por exemplo, que não cumpriu seu dever, e somos ameaçados de ser preso por desacato.
Temos nosso direito à informação cerceados e filtrados de acordo com os interesses comerciais e a subjetividade das redes de TV’s. A maior rede te Televisão do País não só divulga os podres da CBF quando esta ameaça não concordar com o horário de transmissão dos jogos.
Fazem nos jovens uma verdadeira lavagem cerebral diária explícita convencendo-os do que é bom, do que é brega, do que atual, do que é passado, ser descolado hoje é perder a virgindade cada vez mais cedo, sair para as “baladas” o máximo que conseguir durante a semana. Aquele que não segue estes princípios, assim como em 1984, não pertence ao sistema e sofre as torturas “Bullying” impostas pelo Big-Brother “A sociedade”, até que passem a pensar como o partido “As grandes corporações comerciais”.
George Orwell foi um gênio anos luz a frente de seu tempo quando escreveu este romance, queria eu ter a cabeça que tenho hoje quando então assisti ao filme na faculdade. Com certeza a nota do trabalho teria sido bem melhor.
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